CAMINHADA HUMANA E CONHECIMENTO

            Estudos científicos das diversas áreas do conhecimento, baseados em achados de ossos e de desenhos rupestres, afirmam que o surgimento dos primeiros hominídeos ocorreu entre 04 e 06 milhões de anos atrás, no continente africano. Esse foi o marco inicial das pegadas do homem, que passou a ocupar os espaços geográficos, transformar de maneira rudimentar os recursos da natureza, construir os clãs, as tribos e as grandes civilizações.
            Toda trajetória deste tempo histórico do homem no planeta Terra, demonstram a incrível capacidade humana de lutar contra as adversidades, superar crises econômicas e políticas, alterar princípios do pensar coletivo e dos panoramas geográficos e conviver entre o bem e o mal. Não resta dúvida que a adaptabilidade dos indivíduos é notória e que o “animal homem” dotado de capacidades múltiplas, aliado ao ideal motivador da raça humana o conhecimento, marcaram o percurso das civilizações.
            O conhecimento sempre foi um meio para que homens obtivessem o domínio sobre outros indivíduos. Porém, na antiguidade limitavam-se aos sacerdotes, escribas, aos filósofos, enfim a uma “elite”, destacando-se que as mulheres, ficavam a margem dos conhecimentos científicos das diferentes etapas históricas. Outro aspecto importante era que o conhecimento ficava restrito, não sendo de acesso para todos os indivíduos. É, com a Revolução francesa, em 1789, que consolida o movimento Iluminista, que o povo passa a lutar para ter o direito de buscar o conhecimento.
            Mas, é no século XX que o conhecimento adquire uma importância estratégica, passando a ser um capital: o Capital Intelectual, símbolo de poder de uma Nação, justamente pelo fato de que o mundo tecnológico expande-se e na mesma velocidade as informações. Com o avanço vertiginoso das informações, o final do século XX, deixa como legado ao novo milênio a era do mundo virtual, onde os canais de busca fornecem alternativas múltiplas sobre todos os temas universalizados.
            Frente aos avanços tecnológicos, a facilidade de acessibilidade para conseguir informações, que ultrapassam as fronteiras entre as Nações, o século atual prima por indivíduos capazes de aglutinar ideias e transformá-las em conhecimento, a característica fundamental dos governos e grandes corporações, é o fato de almejarem “aqueles” indivíduos que estejam aptos, a saber o que fazer com todas as informações circundantes no mundo online, para garantirem o aumento de capital – agora intelectual.
            Todavia, nessa ânsia pelo conhecimento, o homem do século XXI, apesar de rodeado de opções de distração, de relações virtuais e de condições de acesso para informar-se sobre todos os acontecimentos locais, regionais ou globais, é um “ser” indiferente ao “outro ser”, é solitário, angustiado e a depressão existencial atinge índices alarmantes. Na aldeia global, a tecnologia ocupa o dia-a-dia, faltando espaço para o convívio físico entre as pessoas, e a figura humana é o retrato do medo, da solidão, do pânico. O quadro da civilização hoje é de dúvida e indagação: - como inserir-se nessa pós-modernidade, alicerçada em regras digitais e não perder a direção da própria vida e da dignidade humana?
            A passagem de cada ser humano pela contemporaneidade é um desafio ao individualismo, um enfrentamento para quebrar as barreiras da imposição de limites ao pensar e fazer conhecimento. Tais conhecimentos precisam ser capazes de alimentar a alma com solidariedade, de valorizar a vida de cada homem espalhado pelo planeta e de cada ser que ocupa o meio ambiente e por fim desenvolver a espiritualidade para que o amor possa selar o conhecimento.


Rosicler Fátima Tomaz Pereira Schäfer

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